A maior de todas as lutas é aquela que travamos contra nós mesmos. Quando um eu se contrapõe ao outro eu, quando sentimentos legítimos se canibalizam na constante tentativa de dominar o self, o ego. Nossa consciência passa a vida inteira a ajuizar esses dois lados que teimam em se sobrepor um ao outro. É uma luta inglória, malograda, uma vez que os dois lados fazem parte do que nós somos. Não tem como arrancar nem muito menos sepultar. A angústia é uma testemunha constante dos embates internos nossos, só espreitando e se comprazendo da alma que se afoga em si mesma. Talvez a melhor forma de sobreviver a essa batalha é se equilibrar entre os dois lados. Asseverar que não se culpará ao atender desejos e fraquezas e nem orgulhar-se de virtudes que, supostamente, não passam de mera condição humana. O nosso ser é ambivalente em essência.