Alif vive num mundo velado. O rosto das mulheres é coberto por um véu. Suas ações como hacker, um segredo. Seu relacionamento com Intisar só permite encontros escondidos na calada da noite. Mesmo seu nome não passa de um apelido. Num contexto em que nada é o que parece, o jovem acaba envolvido em uma trama que envolve vigilância eletrônica e misticismo.
Elogiado pela crítica, o romance conquistou o World Fantasy Award, foi finalista do Women's Prize for Fiction e incluído na tradicional lista de livros notáveis do ano do The New York Times.
Morador da "Cidade", localizada perto do Golfo Pérsico, Alif escapou por pouco do aparelho repressivo que prendeu e torturou blogueiros e dissidentes da Revolução egípcia. Sua sorte é posta em questão, no entanto, depois que o relacionamento com Intisar acaba, pois a jovem nobre é obrigada a se casar com um marido escolhido pelo pai. Alif utiliza, então, seus conhecimentos em informática para criar um programa capaz de identificá-la só pelo padrão de digitação, na esperança de impedir de ser encontrado online por Intisar.
A criação, porém, excede suas próprias expectativas e atrai a atenção do mais poderoso censor do governo, conhecido como "A Mão de Deus", interessado em criar o aparelho de vigilância estatal mais sofisticado do mundo. Para complicar a situação, Alif toma posse de um misterioso livro: Alf Yeom: Os mil e um dias, relíquia que contém o segredo para desenvolver um novo nível de tecnologia da informação.
Em comum, o programa desenvolvido por Alif e o livro borram as fronteiras entre dois mundos – o visível e o invisível, a realidade e a ficção. Para impedir que o Alf Yeom caia em mãos erradas e para salvar a própria vida, Alif conta com a ajuda de uma vizinha apaixonada, um djin e uma americana convertida ao Islã. Uma jornada surpreendente que rendeu à autora comparações com escritores como Philip Pullman, Neil Gaiman e J.K. Rowling, por sua capacidade para mesclar diferentes mundos.