Quando a revista The Economist resolveu criar um editorial sobre America Latina, ela que tem a a tradição de batizar os seus editoriais com nomes de vultos proeminentes (Bagehot para o da Inglaterra, Charlemagne para o da Europa, Shumpeter para o de Economia), batizou de Bello o da America Latina.E por que ?Bello, venezuelano de nascimento, acompanhou Simon Bolivar a Inglaterra para negociar com o Rei da Espanha que lá se encontrava fugido de Napoleão o apoio a Junta. A condição da Junta é que ele instituísse a monarquia constitucional (e não absolutista). O rei não quis, a missão voltou, mas Bello ficou na Inglaterra.Enquanto isso os países da America foram sucessivamente vencendo a antiga metrópole nas suas revoluções nacionais e ficando independentes. Viveu extremas dificuldades, chegou a ter um filho que morreu de fome. Anos depois conseguiu um trabalho na legação do Chile, casou-se com uma chilena e cresceu no conhecimento e convívio com as ideias liberais e constitucionais da época sendo amigo dos maiores intelectuais ingleses de então.Cerca de 20 anos depois volta para o Chile onde é sucessivamente Professor, Reitor da Universidade do Chile.Eleito Senador produz o Código Civil do Chile em 1867, o primeiro código civil não colonial das Américas (inspirado no Código Napoleônico) logo copiado por Colômbia, Guatemala, Equador e influenciador de várias constituições e códigos civis e comerciais da América. Antes já havia publicado uma formidável gramatica da língua espanhola das Américas, passo essencial na formação da consciência nacional a partir de uma língua comum.A publicação deste livro, amparado numa rigorosa pesquisa histórica, traz ao conhecimento brasileiro este formidável gigante da cultura e da política a quem a America Latina tanto deve, e projeta o nome deste chileno por adoção e descendência, aqui no Brasil onde é praticamente desconhecido.