Partindo da ideia de que o leitor faz parte do desenvolvimento da história tanto quanto os personagens principais, A Face da Ira e o deus fecundado ilustra, de forma metafórica e, não obstante, carnal, a curta vida de Grumo e sua busca interminável por respostas humanas. A narrativa, em primeira pessoa, passa-se na Terra do Nada, onde o leitor, chamado de Ezi, é convidado a embarcar, por meio de uma carta póstuma, na viagem de Grumo. Em seu caminho, ambos conhecem Oko, um indivíduo semelhante, porém misterioso, capaz de oferecer auxílios ameaçadores e controversos. Ao fim, o escrito é, em sua essência, um diálogo entre a fé e o ceticismo que, de forma poética e extremamente concisa, demonstra que o ser humano é, sim, capaz de criar e modificar a sua própria realidade.