Filha de sobreviventes do genocídio armênio e cidadã do mundo que por tanto tempo negou essa violência, Janine Altounian traduz em suas obras a urgência de que cada palavra seja ouvida em todas as suas implicações. Este livro é uma espécie de memorial dedicado às inevitáveis perdas que a passagem de uma língua a outra produz, mas também uma declaração do compromisso ético e político de não silenciar e aplacar o que cada autor exprime, por vezes a despeito de si mesmo. Um elogio à tarefa do tradutor, que tanto pode trair como pode dar voz.
Claudia Berliner