Por caminhos filosóficos e científicos, este livro apresenta argumentos para se pensar sobre a crença no futuro, na imortalidade e na vida após a morte. A partir dos argumentos misteriosos e intrigantes que aparecem, embora nada mais do que reflexão sobre fatos, é lançada a pergunta basilar da obra: como podemos atravessar a morte sem morrer? Escrito de modo autobiográfico, é contada a história do próprio autor quando mais novo. Partindo do seu emocional depois de ser vítima de um assalto em um ponto de ônibus na capital de Sergipe, passa a refletir sobre as coisas ao seu redor, dito de modo mais comum, ele acorda para o mundo ao mesmo tempo em que fica descontente com esse mundo. No dia seguinte depois do roubo, em seu estado de consciência crítica ou depressiva, conhece um mendigo já idoso (Bóreas), o qual diz a ele e sobre ele coisas estranhas. O velho que antes causava medo e que era visto como um louco, inclusive pela sociedade, passa a ser seu mestre e melhor amigo, ensinando-o um modo diferente de ver a vida. O futuro e a imortalidade aqui tratados não são mais aqueles pensados pela filosofia antiga, pela teologia, pelo espiritismo ou seitas. Também não são mais os dos alquimistas ou da ciência na busca do rejuvenescimento e conservação do corpo (ou saúde). É, sim, a definição de que o futuro e a imortalidade nos levam à vida após a morte, sendo esta última o entendimento de que a vida passada e a próxima pertencem à transcendência do tempo sem deixar a imanência. Ou seja, para alcançar o futuro, a imortalidade e a vida após a morte não é preciso morrer, basta se estar vivo, pois os três são inerentes à vida. Neste sentido, a tentativa de resposta à pergunta, implica sair do senso comum sobre o tempo (passado, presente e futuro), sair do senso comum sobre os mundos espirituais e as reencarnações, para desbravar a consciência na particular interpretação sobre a dilatação do tempo da relatividade, sobre o absoluto e sobre o misterioso desconhecido, percorrendo uma linguagem literária por um recorte na mitologia grega referente à ida de Ulisses aos cimérios que ficavam no mundo dos mortos, e por uma história que é exclusividade do livro, fazendo com que a cada nova linha e novo ponto parágrafo o leitor seja inserido no pensar fenomenológico do que é conhecido por realidade e no vislumbre de se estar à beira do além.